domingo, 12 de agosto de 2012

25 Agosto 21h

Josefina Fernandes em Sonata em Mi m K. 304/300c, de W. A. Mozart; Sonata em Sol M Op. 79, J. Brahms com Gonçalo Gonçalo Santana Simões e Sonata em Lá maior de César Frank 










Sonata para Piano e Violino em Mi menor K 304, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), a quarta de um grupo de sete sonatas escritas por Mozart em Mannheim e Paris durante 1778. A Sonata em Mi menor é a única com tonalidade menor deste grupo, tendo o primeiro andamento sido escrito em Mannheim e o segundo em Paris. Tal como as outras sonatas do grupo, esta sonata apenas possui dois andamentos, partindo de um sentimento claramente doméstico para uma profundidade dramática através do uso de uma tonalidade menor. Não é por mero acaso que o piano precede o violino no título da obra: as colecções de sonatas para piano com acompanhamento de violino abundam entre os compositores do final do século XVIII, contudo, na Sonata em Mi menor, Mozart parece dar ao violino alguma igualdade (relativamente ao piano) na escrita musical. Isto pode ser observado no tema inicial do Allegro, que é dramaticamente anunciado por ambos os instrumentos em uníssono, sendo o violino o primeiro a desenvolvê-lo, seguido pelo piano. O Tempo di Menuetto que se segue é menos intenso que o primeiro andamento e inclui uma secção no modo maior. Esta sonata, junto com mais cinco (K 301 a 306) foi publicada em Paris no final do ano de 1778 como Op. 1, nºs 1 a 6, com a uma dedicatória a Maria Elisabete, eleitora palatina presento no frontispício desta colecção.
A segunda sonata é a Sonata para Violino e Piano em Sol Maior Op. 78, de Johannes Brahms (1833-1897), foi escrita entre 1878-79, um período coincidente com a conclusão da Sinfonia N.º 1 e do Concerto para Violino. A Sonata é uma obra extremamente lírica, composta de melodias longas que de pequenos temas assim como de extrapolações expansivas que desenvolvimentos concisos. É, ao mesmo tempo, uma das obras mais rigidamente estruturadas, com um grau de integração formal raro na obra de Brahms. O ritmo pontilhado do tema que inicia o primeiro andamento (Vivace ma non troppo) domina segundo tema do Adagio assim como todo o terceiro andamento (Allegro molto moderato) e o segundo tema do Adagio reaparece na secção central do último andamento, dos três que compõem a Sonata. O primeiro andamento, Vivace, é tornado mais temperado pelo ma non troppo, em forma-sonata com dois temas plenos de lirismo. O andamento central, um Adagio, utiliza uma forma ternária, com um emocional tema principal, em que o violino possui um claro papel principal. O último andamento, Allegro molto moderato, abre com uma citação directa de Regenlied (Canção da Chuva) Op. 59 N.º 3, uma obra melancólica no modo menor que recorda os distante anos de juventude. Na Sonata, Brahms inicia este tema no modo menor mas, com o regresso do tema do Adagio, regressa à tónica maior da Sonata (Sol maior). A obra termina com uma calorosa coda, de bonito desenho. Luís C. F. Henriques | www.luiscfhenriques.com

César Frank de nacionalidade Belga é evocado com a obra prima da música de câmara francesa do sec XIX, pilar do romantismo.